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LITERATURA

LITERATURA

“A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.

O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais. Os fatos que manipula não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro.

A Literatura é, assim, vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana.”

(Afrânio Coutinho)

“A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas de escolas literárias ou estilos de época. Dessa forma, temos:

 a)      Era Colonial (de 1500 a 1808) – Quinhentismo (1500-1601), Seiscentismo ou Barroco (1601 a 1768) e Setencentismo ou Arcadismo (1768 a 1808);

b)      Período de transição (1808 a 1836);

c)      Era Nacional – Romantismo (1836 a 1881), Realismo (1881 a 1893), Simbolismo (1893 a 1922), Modernismo (1922 a 1945) e Pós-Modernismo (de 1945 até nossos dias).

As datas que indicam o início e o fim de cada época tem de ser entendidas apenas como marcos. Toda época apresenta um período de ascensão, um ponto máximo e um período de decadência (que coincide com o período de ascensão da próxima época). Dessa forma podemos perceber, ao final do Romantismo um Pré-Realismo, e assim por diante. De todos esses momentos de transição, caracterizados pela quebra das velhas estruturas (apesar de “o novo sempre pagar tributo ao velho”), o mais significativo para a literatura brasileira foi o Pré-Modernismo (entre 1902-1922), em que se destacaram Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Augusto dos Anjos e Lima Barreto.”

(José de Nicola)